Gabinete no Sertão

segunda-feira, novembro 26, 2012


De volta ao trabalho hoje, depois de férias na Europa, o governador Eduardo Campos (PSB) tem um problemão pela frente: encontrar uma saída para minimizar os efeitos da longa estiagem que se abate no Estado.
Segundo o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, não está descartada a possibilidade do gabinete do governador ser transferido para o Sertão por dois ou três dias.
A ideia deve ser discutida hoje durante avaliação do quadro, que se agravou muito mais nos últimos 15 dias em que Eduardo esteve fora do País. Em parceria com o Governo Federal, o Estado criou alguns programas, como o Bolsa Estiagem e a distribuição de milho para os animais pela Conab.
Tem aberto, também, poços em vários municípios e ampliada à área de irrigação, mas a burocracia federal atrapalha. O milho, para socorrer o rebanho bovino, esquelético e ameaçado de ser dizimado, não chega com a celeridade prometida nem tampouco na quantidade necessária.
O bolsa estiagem leva milhares de famílias a enfrentar filas que duram até seis horas, para receber uma ajuda de R$ 70. A transferência da sede do Governo para o semiárido não resolve, é verdade, mas representa um gesto.
E muitas vezes um gesto vale tanto quanto uma ação concreta, porque mostra que o governador está preocupado e atento a um drama que ameaça vidas humanas.
VISITA – Seria muito importante, também, se o governador, durante a instalação do seu governo no Sertão, conseguisse convencer a presidente Dilma a fazer uma visita aos bolsões de pobreza espalhados pelo Estado em função do prolongamento da estiagem. Dilma esteve há um mês numa reunião em Salvador com os governadores e ali anunciou a criação de um programa de ampliação das áreas irrigadas no Nordeste, mas seria bom ela ver como a situação se agravou.
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