Sanfoneiro que viveu Gonzaga no cinema visita museu do Rei do Baião
13/12/2012 07h00
- Atualizado em
13/12/2012 07h00
Chambinho do Acordeon interpretou sanfoneiro no início da fase adulta.
Nesta quinta-feira, 13 de dezembro, comemora-se o centenário do velho Lua.
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E não é a primeira vez que Chambinho "sente" a presença de Gonzagão. Durante as filmagens do longa-metragem, no início deste ano, certa noite ele sonhou com Gonzaga. "No meio da noite, [Gonzagão] puxou a minha perna, dizendo 'faça isso direito, viu?'. Imagina como eu fiquei", lembra. Parece que o "carão" surtiu efeito. A crítica recebeu bem a atuação do sanfoneiro, que soube da seleção por meio da esposa, Daniela Piccino.
"Ele é tímido demais, é que agora está mais 'treinado'. Quando falei da seleção, ele disse que era sanfoneiro, que não tinha nada a ver, que era loucura, mas insisti, afirmando que louco seria ele se não participasse. Foram seis meses até ser escolhido", conta a mulher.
Durante a seleção, Chambinho visitou Picos, no Piauí, onde mora toda a família dele - o sanfoneiro diz que o nascimento em São Paulo foi "por acidente". "Resolvi conhecer o Parque Aza Branca, aqui em Exu. Já estava fechando, mas deu tempo de ver o museu e o mausoléu. Acredita que quando entrei no mausoléu meu celular tocou dizendo que eu tinha passado em mais uma etapa? Foi um sinal, com certeza", acredita Chambinho.
"É uma emoção muito grande conhecer esse lugar, voltar ao Parque Aza Branca. Passa um filme na minha cabeça. Estou há quase dois anos mergulhado na vida de Gonzagão, por causa do filme, mas sinto que ainda há muito o que se pesquisar, desvendar dele. E é como se eu estivesse voltando para agradecer tudo que aconteceu na minha vida desde a primeira vez que pisei aqui", diz Chambinho.
Universo nordestino
Parece que ir uma vez à cidade de Exu não é o suficiente para quem gosta de Luiz Gonzaga e quer experimentar o universo nordestino que ele cantou. Pisar no chão quente, aspirar o ar seco. Admirar a Chapada do Araripe, as casas simples. Dar sorte de avistar aves sertanejas, um boiadeiro cruzando a catingueira.
A casa de Gonzagão está praticamente intacta, com objetos de uso pessoal e móveis dispostos nos mesmos locais. A mesa grande da cozinha tem amendoim torrado, rapadura e uma cachaça, que ele nem era chegado, mas servia para os muitos convidados que recebia ali. O jogo de cadeiras de couro, presente de Gonzaguinha, ainda está na sala. Muitas fotos enfeitam as paredes, com poses de toda a família - e de artistas também, como Dominguinhos bem novinho. Um altar para o "padim" Padre Cícero e Frei Damião completa a decoração.
Já é a terceira vez que a farmacêutica Dionice Sales visita o local. Desta vez, até alugou uma casa para aproveitar a festa em Exu, que começou na quarta-feira (12) e segue até domingo (16). Ela veio de Alagoas, estado vizinho, com a família. "Sou fã da história de Luiz Gonzaga, que mesmo com a fama e todo o conforto nunca se desligou das raízes, de como ele valorizava o Nordeste", aponta.
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