Governo Eduardo Campos pode criar secretaria para o Semiárido
O
Estado pode ganhar em breve uma nova secretaria. Pelo menos é o que
espera o Clube de Engenharia de Pernambuco (CEP). A criação da
Secretaria de Articulação das Ações no Semiárido seria a única solução,
na opinião dos engenheiros, para uma convivência harmoniosa do sertanejo
com o semiárido, principalmente, em época de seca como a que está
acontecendo agora. O projeto de lei foi enviado ao governador Eduardo
Campos, e é uma das ações do simpósio “Problemas e Riquezas do Semiárido”, aberto ontem, no auditório do Hotel Mercure, na Ilha do Leite.
Composto por cinco artigos, o documento
determina que a Secretaria de Articulação das Ações no Semiárido deve
ter por finalidades coordenar as políticas, diretrizes, estudos,
programas e projetos do Governo voltado para o desenvolvimento integrado
da região. “A proposta de uma secretaria específica para a questão
do semiárido veio depois que percebemos uma completa desarticulação no
combate à seca, um fenômeno cíclico, mas que nunca estamos preparados
para conviver com ela como fazem outros países”, afirmou o presidente do CEP, Alexandre Santos.
Atualmente o
Governo trabalha a partir de um comitê que integra, dentre outros
órgãos, as competências das secretarias de Agricultura e Reforma
Agrária, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Desenvolvimento Econômico,
Planejamento e Gestão e a de Ciência e Tecnologia. “O semiárido
cobre mais do que 88% do nosso território, não podemos continuar
acreditando que ações paleativas vão resolver o problema. O semiárido
tem que ser prioridade, pois podemos transformá-lo em uma região
extremamente rica e produtiva”, defendeu Santos.
Os exemplos de um semiárido rico foram
colocados pelo engenheiro agrônomo José Geraldo Eugênio de França, o
primeiro palestrante de um ciclo de debates que terá, no mínimo, seis
meses. “O meio-oeste dos Estados Unidos é um exemplo clássico de
como o planejamento e a execução de políticas públicas de longo prazo
são a única saída. Os americanos amargaram dez anos de seca entre 1930 e
1940, a mesma região é hoje a principal área produtora de grãos como
trigo, no país”, destacou.
Fonte: Folha PE
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