Comissão presta homenagem a Arraes, Dom Helder e Padre Henrique.

quarta-feira, abril 02, 2014


Segundo o Diário de Pernambuco, no dia que marca os 50 anos do Golpe Militar, a Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara prestou uma homenagem a lideranças que lutaram pela democracia no Estado. Na manhã desta segunda-feira (31), ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), os integrantes da Comissão visitaram o túmulo do ex-governador Miguel Arraes, falecido em 2005, no Cemitério de Santo Amaro e em seguida os túmulos de Dom Helder Câmara, do Padre Henrique e do Bispo auxiliar D. José Lamartine, na Catedral da Sé, em Olinda. Miguel Arraes foi o primeiro governador deposto pelo Regime Militar. A viúva dele, Magdalena Arraes, foi uma das primeiras a chegar ao cemitério de Santo Amaro e acompanhou o cortejo até o túmulo que é simples comparado a outros mausoléus do cemitério. Nele havia sido postos, de maneira simbólica, um chapéu de palha, lembrando a atuação do ex-governador junto ao homem do campo. Também estiveram presentes filhos, netos e bisnetos de Arraes.

Eduardo Campos elogiou a iniciativa da Comissão em fazer essa homenagem e falou que o ato representava, também, uma homenagem a outros brasileiros e brasileiras, que lutaram pela democracia. “Eu fico emocionado e feliz de poder, no dia hoje, prestar homenagem a três brasileiros que marcaram as nossas vidas e mostraram, no limite, o seu compromisso com a democracia, com a liberdade e com o povo brasileiro”, declarou o governador destacando que o dia era de "aplaudir os que resistiram”, mas “também de pensar como melhorar essa democracia”. No túmulo, Eduardo Campos e o presidente da Comissão da Verdade, Fernando Coelho, depositaram uma coroa de rosas brancas.

Um gesto que foi seguido de aplauso dos presentes. Em seguida, Fernando Coelho entregou a Eduardo Campos um livro contendo os prontuários de Arraes do Departamento de Ordem Policial e Social (Dops) e do Sistema Nacional de Informação (SNI). São documentos que a Comissão coletou sobre o Dr. Arraes desde o início dos trabalhos. De Santo Amaro o grupo seguiu para Olinda. “Essa é uma cerimônia repleta de vários símbolos e essa visita ao túmulo de Dom Helder, em especial, porque ele foi o símbolo da luta contra a violência e pelos Direitos Humanos. É raro um depoente não lembrar daqueles anos sem fazer referência a Dom Helder”, comentou um dos coordenadores da Comissão, Roberto Franca. Na Catedral da Sé, Franca abordou, ainda, a morte do padre, que foi o primeiro caso solucionado pela comissão. “Foi um caso que demos prioridade e no próximo dia 27 será entregue a Dom Fernando Saburido um relato das conclusões da investigação que fizemos”, completou.
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