‘Nunca fiz política com ódio’, diz Dilma em lançamento de candidatura
Na convenção nacional do PT, presidente candidata à reeleição afirma que ela e Lula herdaram um ‘legado perverso’
aja nenhum atrito entre os
Rio - Sem as tradicionais bandeiras vermelhas, substituídas por tecidos azuis com uma pequena estrela no centro, o PT oficializou neste sábado a candidatura à reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta prometeu promover um “novo ciclo de desenvolvimento” para “consolidar e aprofundar todas as conquistas” alcançadas nos governos petistas. Num discurso longo, que durou cerca de uma hora, a presidenta afirmou que ela e Lula herdaram “um legado perverso de décadas perdidas” e que “não vai abaixar a cabeça”. Dilma disse ainda ser contra o “pessimismo, a mediocridade e o baixo astral”.
“Nunca fiz campanha com ódio, nem quando tentaram me destruir física e psicologicamente. Não insulto, mas não me dobro. Não me assusto, não agrido, mas também não fico de joelhos para ninguém”, disse. “Quero dizer que não tenho rancor de ninguém. Também não vou baixar a cabeça”, emendou.
Sem citar nomes, a presidenta criticou seus adversários. “Se em 2002 a esperança venceu o medo, nesta a verdade deve vencer mentira e desinformação”, afirmou Dilma, durante a convenção nacional do PT que confirmou sua candidatura. “Nosso projeto de futuro deve vencer aqueles cuja proposta é retornar ao passado”, argumentou.
Dilma aproveitou o discurso para citar os programas do PT, como o Brasil sem Miséria, o Minha Casa Minha Vida, o Ciência sem Fronteiras e o Mais Médicos. E defendeu a Copa do Mundo contra o que ela chamou de “mau agouro” dos “pessimistas”.
Antes do discurso de Dilma, Lula enfatizou que a campanha eleitoral vai mostrar a afinidade entre os dois. ‘Vamos provar que é possível terminar mandato sem que haja atrito entre nós”, observou Lula. O ex-presidente tenta conter as especulações de divergências entre ele e a afilhada política. “É possível o criador e a criatura viverem em harmonia”, garantiu. “Quando tiver divergência, ela termina, porque Dilma sempre estará certa e eu errado.”
Lula pediu aos militantes que se informem sobre as conquistas dos 12 anos do PT no governo e que disputem nas ruas os votos. Segundo ele, esta será uma eleição difícil e agressiva. “Nós, militantes do PT, precisamos saber que eleição se ganha primeiro com um bom programa e, segundo, mostrando o que a gente fez. Temos a obrigação de mostrar o que fizemos em 12 anos e eles em um século”, observou.
A convenção do PT foi preparada pelo marqueteiro João Santana e as imagens do encontro serão usadas nos programas do horário eleitoral. Durante o discurso de Dilma, seis telas de LED reproduziam em tempo real as ideias chaves ditas pela presidenta sobre seu programa de governo.
Temer defende governo Dilma
Oficializado na chapa de Dilma Rousseff como candidato a vice-presidente, Michel Temer afirmou ontem em seu discurso que a presidenta não governa apenas para os pobres, mas também para as classes A e B. Ao afirmar que Dilma e Lula governaram para “todo o País”, Temer afirmou que é preciso acabar com a “besteira” de que a presidenta governa apenas para um setor da população.
“Em todas as classes houve uma ascensão social. As classes A e B passaram de 7,6% para 12,5%. É um governo para todos os brasileiros. Vamos acabar com essa besteira de dizer que governo Lula e o governo Dilma trabalharam apenas para um setor. Vou ter a honra de ser reeleito com ela”, afirmou. Há 12 dias, o PMDB de Michel Temer aprovou a aliança com o PT para a reeleição de Dilma.
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também esteve presente à convenção, mas foi vaiado quando chamado ao palco. Além dele, dirigentes de outros seis partidos estiveram na convenção petista.
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