Recife: ame-o ou deixe-o. A política do PSB em Pernambuco
"Quem não estiver satisfeito com o Recife, se mude!”, disse prefeito Geraldo Júlio, no lançamento do candidato pessebista ao governo de Pernambuco; frase lembra lema da ditadura
Prefeitura do Recife tem usado frases ufanistas em campanhas pela cidade; movimentos sociais comparam com lemas da ditadura civil-militar |
São Paulo – “Quem não estiver satisfeito com o Recife, se mude!”, disse o Prefeito do Recife, Geraldo Júlio, no lançamento oficial da campanha de Paulo Câmara, também do PSB, para o governo do estado de Pernambuco, na última terça-feira (8).
O lançamento, realizado numa casa de festas da cidade, contou com a presença do candidato a presidente e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, além de vários políticos da legenda. Ao fazer o balanço da gestão na prefeitura, numa tentativa de mostrar os feitos do PSB na cidade e reforçar o apoio ao candidato, Geraldo Júlio, desconhecido no cenário local até ser apadrinhado e colocado no cargo por Eduardo, soltou a frase da noite.
O que mais intriga é o descaso com que ele trata a função de administrador municipal, que deveria atender as demandas da população, quer ela seja favorável ou não ao governo. Hoje, o Recife conta com uma lista enorme de problemas que afetam toda a população, seja o trânsito, considerado o pior do país em recente pesquisa mundial, ou o velho problema de saneamento básico e limpeza urbana.
Para explicitar essas contradições, marcaram presença no evento também alguns manifestantes do #OcupeEstelita, que protestam há dois meses contra a destruição do Cais Estelita - monumento histórico na área central do Recife - para a construção de um megaempreendimento imobiliário. Os manifestantes foram lembrar ao prefeito de compromissos assumidos, lembrar que não é ignorando o povo que se governa. Fazendo referência ao poema do uruguaio Mario Beneditte, seguravam uma faixa escrita “Te quiero Estelita."
Desde o início da gestão, Geraldo ecoa pela cidade a campanha maciça de “Eu amo Recife”. A proposta se une faixas da sociedade que aderiram à megalomania e parece caminhar para o atual momento ufanista, que ignora os problemas das cidades e ressalta somente o que ela tem de bom, independentemente da qualidade do governo.
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