Site do PSB revela que Eduardo Campos negociava pessoalmente com empresários contratados por Paulo Roberto Costa para atuar em SUAPE
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, preso por lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, Paulo Roberto Costa, era presença constante em Pernambuco. Nesse registro, feito pelo Blog de Política do Diário de Pernambuco, de 2010, o governador Eduardo Campos e o então secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Fernando Bezerra Coelho, assinaram, juntamente com Paulo Roberto Costa, contrato a empresa americana Oxbow Carbon Minerals, para a construção de uma calcinadora de coque, a ser produzido na RENEST. A assinatura do contrato foi celebrada pelo Partido do governador de Pernambuco, em seu site, que revelou ter sido Eduardo Campos, em pessoa que, durante viagens a Holanda e aos Estados Unidos costurou os contratos entre a empresa americana e a estatal brasileira, para se tornar fornecedora da Petrobrás.
O Porto de Suape continua a atrair investidores de várias partes do mundo. Nesta segunda-feira (5) foi a vez da empresa americana Oxbow Carbon Minerals LLC assinar dois acordos com a Petrobras para instalação de uma unidade de beneficiamento de coque um subproduto do petróleo que será produzido na Refinaria Abreu e Lima (RAL).
O acordo para trazer a Oxbow para Pernambuco começou a ser costurado ainda em 2007, durante visitas do governador e presidente Nacional do PSB, Eduardo Campos, a escritórios da empresa em Miami (EUA) e Roterdã (Hol). Os investimentos para a implantação de uma calcinadora giram em torno de R$ 350 milhões. A unidade irá transformar o coque verde em coque em pó. Apenas São Paulo detém este tipo de serviço em todo o país.
O governador Eduardo Campos explicou que a parceria entre a Oxbow e a Petrobras trará mais valor agregado ao coque saído da Refinaria Abreu e Lima. A Oxbow está desenvolvendo as modelagens e as possibilidades do que poderia ser uma planta como a que eles estão pensando em montar. A expectativa é da geração de 300 empregos diretos, disse Eduardo, após o evento realizado em Suape e que reuniu o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o presidente da RAL, Marcelino Guedes e o presidente da Tecop, subsidiária da Oxbow no Brasil, Jan Ruijsenaars.
Do total de petróleo que entra numa refinaria, o coque combustível utilizado também na produção do aço representa entre 5% e 10%. A Oxbow é uma empresa americana com mais de 100 anos de atuação e representada em todos os continentes com 20 escritórios. É a maior distribuidora de coque de petróleo do mundo, com remessas anuais de quase 11 milhões de toneladas. Em Suape, a produção pode chegar a 500 mil toneladas/ano.
Segundo matéria da Revista “Epoca" que chegou às bancas ontem, Costa era considerado uma "herança maldita", pela presidenta Dilma Rousseff, por ser o "homem dos políticos na Petrobras. Ainda segundo a Revista, Dilma não gostava de Costa, mas não conseguia derrubá-lo.
De acordo com a reportagem da Revista Época, entre 2001 e 2012, Costa foi o mais influente diretor da Petrobras. Comandava a área de abastecimento e refino da empresa, além das operações de compra e venda de combustíveis e obras em refinarias. Negociava contratos para a construção de novas usinas e para reparos nas antigas.
"Nunca recusou um pedido político". Afirma a reportagem de Época, segundo a qual, "Para os políticos, a diretoria de Costa na Petrobras era uma Disneylândia, repleta de ricas possibilidades."
Época afirma que Paulo Roberto Costa tinha autorização de Lula para tocar os contratos bilionários de construção - todos com indícios de superfaturamento, segundo o próprio TCU, das refinarias erguidas pela Petrobras.
De fato, consultando os contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, sob auditoria do TCU encontramos uma situação escandalosa.
Inicialmente orçada para custar R$ 8,5 bilhões, a Refinaria do Nordeste Abreu e Lima – Rnest teve esse valor foi praticamente triplicado, desde que iniciada a obra, em 2007. Estima o próprio governo que o custo final da Rnest poderá chegar a R$ 26,5 bilhões (R$ 4,5 bilhões de 2007 a 2010, R$ 21,1 bilhões de 2011 a 2014 e R$ 941 milhões após o ano de 2014).(1)
Das causas para o aumento desproporcional do custo da Rnest, já se sabe, com certeza matemática, que pelo menos R$ 1.544.443.935,85 são fruto de superfaturamento nos contratos celebrados pela Petrobrás com as empreiteiras responsáveis pela construção da Refinaria.
Isso mesmo! O TCU, por meio de Auditoria realizada já agora, em 2012, confirmou levantamentos anteriores que davam conta de sobrepreço nos contratos celebrados entre a Petrobrás e as empresas Norberto Odebrecht, Camargo Correia, Queiroz Galvão, OAS, IESA,CNEC e CONDUTO, referentes às obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco. Como os pagamentos já foram realizados, o que inicialmente se caracterizou como sobrepreço passou a ser definido como verdadeiro superfaturamento, com grave potencial de causar danos ao Erário, conforme conclusão do próprio TCU (2):
Contrato 0800.0033808.07.2, 9/8/2007, Projeto e execução de terraplenagem e serviços complementares de drenagens, arruamento e pavimentação, Consórcio Refinaria Abreu e Lima (Norberto Odebrecht/Galvão/ Camargo Correia/Queiroz Galvão).SUPERFATURAMENTO: R$ 96.346.106,94;
Contrato 0800.0053456.09-2, 28/1/2010, Serviços e fornecimentos necessários à implantação das Unidades de Destilação Atmosférica - UDA (U-11 e U-12), da Refinaria Abreu e Lima S.A - RNEST, compreendendo os serviços de construção civil, montagem eletromecânica, fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência técnica à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria Abreu e Lima S.A - RNEST, Consórcio Rnest-Conest (Empresas Odebrecht e O.A.S.).SUPERFATURAMENTO: R$ 133.082.906,66;
Contrato 0800.0053457.09.2, 5/2/2010, Unidades de Coqueamento Retardado (U-21 e U-22) suas subestações e Casas de Controle, suas Seções de Tratamento Cáustico Regenerativo (U-26 e U-27), incluindo fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima - RNEST, (Consórcio Camargo Corrêa – Cnec). SUPERFATURAMENTO: R$ 522.638.923,70;
Contrato 0800.0055148.09-2, 9/2/2010, Unidades de Hidrotratamento de Diesel (U-31 e U-32), de Hidrotratamento de Nafta (U-33 e U-34) e de Geração de Hidrogênio UGH (U-35 e U-36), incluindo fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima S.A - RNEST, Consórcio Rnest-Conest (Empresas Odebrecht e O.A.S.).SUPERFATURAMENTO: R$ 351.443.396,04;
Contrato 0800.0057000.10-2, 16/4/2010, Serviços e fornecimentos necessários à implantação das tubovias de interligações da RNEST compreendendo os serviços de análise de consistência do projeto básico, projeto de detalhamento, fornecimento de materiais, fornecimento parcial de equipamentos, construção civil, montagem eletromecânica, preservação, casa de bombas, condicionamento, testes, pré-operação, partida, assistência à operação, assistência técnica e treinamentos na Refinaria do Nordeste Abreu e Lima - RNEST, Consórcio C II - Ipojuca Interligações (Constituído Pela Empresas Queiroz Galvão e Iesa).SUPERFATURAMENTO: R$ 316.951.565,62;
Contrato 0800.0055153.09.2, 4/1/2010, (DUTOS) Serviços e fornecimentos necessários à implantação dos dutos de recebimento e expedição de produtos da RNEST, compreendendo análise de consistência do projeto básico, projeto de detalhamento, fornecimento de materiais, fornecimento de equipamentos, construção civil, instalações elétricas, montagem eletromecânica, preservação, condicionamento, testes, apoio à pré-operação e operação assistida, na Refinaria do Nordeste - Abreu e Lima - RNEST, no município de Ipojuca/PE., Conduto - Companhia Nacional de Dutos. SUPERFATURAMENTO: R$ 123.981.036,29.
Ainda segundo a reportagem da Época, Dilma, que não gostava de Costa, tentava derrubá-lo a todo custo, mas os políticos a quem ele prestava favores a impediam. Só conseguiu apeá-lo do cargo em 2012, para desespero geral da base aliada. Será por isso que Eduardo Campos tem atacado Dilma com tanta fúria com acusações de que ela está desfazendo tudo que Lula fez?
Mas o desespero em políticos de todas as colorações partidárias mesmo bateu foi com a prisão do ex-diretor, durante a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, no último dia 21, por suspeita de envolvimento em operações de lavagem de dinheiro que movimentaram R$ 10 bilhões.
Na casa de Paulo Roberto Costa, os agentes apreenderam R$ 700 mil em dinheiro e US$ 200 mil e ainda encontraram uma Land Rover, que ele recebeu de presente do doleiro Alberto Youssef, também pela mesma, como chefe do esquema.
A PF afirma que Paulo Roberto foi preso porque em grampos foi flagrado tentando destruir provas. Paulo Roberto também é investigado por envolvido no escandaloso caso da compra da Refinaria americana, em Pasadena.
Durante a Operação Lava-Jato, foram apreendidas 36 "pen drives", um disco rígido e vários documentos na casa de Costa, cujo conteúdo promete ser explosivo, já que Costa foi preso tentando destruí-lo. Entre os documentos apreendidos com o doleiro Yousseff, considerado um dos operadores do esquema de propinas do ex-diretor da Petrobras, está uma planilha onde eram contabilizava os pagamentos de "comissões" envolvendo obras da Petrobras. Nessa planilha está registrado um cliente sob a sigla CNCC, contabilizando pagamentos de R$7,9 milhões. Segundo a Polícia revelou à Veja, em matéria publicada ontem, a sigla seria uma referência à Construtora Camargo Correia, uma das responsáveis pelas obras atrasadas e superfaturadas de Abreu e Lima:
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