LEITOR FAZ DESABAFO SOBRE A POLITICA DE EDUARDO CAMPOS EM PERNAMBUCO

quarta-feira, agosto 20, 2014

Amigos, não poderia deixar de expressar meu pensamento, ao acompanhar o noticiário e observar o comportamento da maioria dos correligionários e de parte da mídia pernambucana, após o trágico falecimento do ex-governador Eduardo Campos. Senti como muitos, a dor e a tristeza pela sua prematura partida, apesar de politicamente não comungar dos pensamentos e atitudes dele, porque sem dúvida, há de se reconhecer o seu legado, a sua luta em prol de nosso estado, sua liderança emergente. Porém abro aqui, um parêntese para rememorar algumas das razões pelas quais, na política, não o acompanhava.

 Vivemos em Pernambuco durante seu governo, uma situação em que os professores receberam tratamento desumano, quando em troca dos valiosos e indispensáveis serviços prestados aos nossos filhos, foram contemplados com o pior salário do Brasil. Na segurança, criou-se um programa chamado Pacto Pela Vida, que com o esforço descomunal dos profissionais da área, e de ninguém que não eles, mesmo o estado lhes negando condições mínimas de dignidade, bem como estrutura para desempenhar suas funções, ditos agentes de segurança, receberam em troca o terceiro pior salário do país, é só lembrar a greve da Polícia Militarque estourou logo após sua saída do cargo. Não vamos esquecer a saúde, que no interior, impõe as famílias mais pobres, um verdadeiro drama, quando tem que abandonar seus lares em sucessivas e interináveis viagens, muitas das vezes em condições sub-humanas, para realizar exames e atendimentos médicos de baixa e média complexidade, que certamente poderiam ser realizados no interior, se seu governo tivesse olhado com mais carinho pelos interioranos, aliás, parcela da população que eleitoralmente sempre foi fiel ao seu avô e a ele próprio, que lhe garantiu o impulso para se tornar governador no ano 2006. Basta ver a situação precária e o sucateamento dos nossos hospitais regionais

Quem vive no interior, sabe bem do que estou falando. Nessa mesma esteira, lembro a situação dos sertanejos que após três anos de seca, tiveram que decidir entre usar suas parcas condições financeiras para alimentar suas famílias ou pagar tributos. Aqueles que escolheram a primeira opção, de maneira insensível, tiveram seu pequeno meio de transporte, muitas vezes fruto de uma vida de trabalho, apreendidos de maneira inaceitável, pois em situação análoga, estados muito mais pobres, como a Paraíba, garantiram condições de seu povo cumprir suas obrigações, sem sacrificar seu sustendo e a mantença de sua família. Em questão de impostos, após a assunção ao cargo de secretário da Fazenda, o candidato por ele apresentado, implantou em Pernambuco um injusto sistema de cobrança de impostos, como a famigerada substituição tributária, relegando as pequenas e micro empresas com a alta cobrança de impostos, a inviabilização de sonhos.

 Nossas estradas foram abandonadas. O pior de tudo foi assistir ao aparelhamento do estado, fazendo com que visualizássemos um Pernambuco que parecia pertencer a um partido só. E mais, muitos dos incautos que lhe cercavam, usaram como nunca, o poder estatal, para perseguir a minoria divergente, muitas vezes nos fazendo refletir se aqui vivíamos numa ditadura, com muitos e muitos tolhidos do seu direito elementar a expressão do pensamento, atitudes que certamente não condizem com as ideias socialistas, com os pensamentos de Miguel Arraes e muito menos com os princípios da própria democracia, essa página nós queremos apagar! Não podemos aceitar nossa educação alcançar índices medíocres, em que perdemos muitas vezes para estados mais carentes que o nosso, que fizeram seu dever de casa. 

Nesse passo, aqui ao contrário das taxas brasileiras, o analfabetismo cresceu. Criou-se uma cultura de separação entre aqueles alunos que tiveram direito a escolas de melhor qualidade, as chamadas escolas em tempo integral que são a minoria, e aqueles em que o avanço simplesmente não chegou. Ao final nos foi imposto um candidato como nos tempos do império, alguém que não conhece a luta nem os anseios da nossa população, para garantir a continuidade de um pequeno grupo que se arvora dono do poder, esquecendo que poder mesmo tem Deus e o povo. Nós queremos um novo governador que tenha compromisso, que tenha experiência, prestígio e envergadura para tão importante cargo, especialmente nesse momento de vácuo, porque Pernambuco não pode prescindir de continuar recebendo os maciços investimentos feitos aqui pelo Governo Federal, mais de 100 bilhões de reais em investimentos e obras, durante os governos Lula/Dilma, um dos motivos dos bons resultados obtidos pelo governo de Eduardo, indiscutivelmente.

 Pernambuco quer um governador que tenha luz e liderança próprias, que não precise governar olhando para a sombra de ninguém. Nosso povo é altivo, é guerreiro, irá separar a comoção com sua lamentável perda na hora de votar, insisto, porque não vamos dar um salto no escuro. Não tentem impingir como prioridade do povo, seus mais profundos e muitas vezes nada republicanos interesses. Nós vamos olhar pro futuro, também temos filhos e famílias que precisam de um Pernambuco cada vez mais próspero e mais igual. A vocês, que tratam o nosso destino como negócio particular, saibam que nós também não desistimos de Pernambuco! Saibam que Pernambuco não pertence a uma família ou a um partido só, Pernambuco é todos nós!

ROGÉRIO SANTOS (PM)- ITAPETIM-PE
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