O mal-estar da presidente Dilma Rousseff pós-debate no SBT
A imagem que já está nos principais portais do país é chocante: a presidente Dilma passou mal durante uma entrevista pós-debate no SBT.
Está ali uma pessoa, com todas as suas vulnerabilidades, em um momento de extrema pressão. O debate, até onde pude ver, foi muito tenso, e a reação da presidente só demonstra que a campanha, da forma que está sendo conduzida, se torna cada vez mais desumana.
Não se pode exigir de ninguém, nem mesmo de quem disputa a Presidência da República, reações que fogem aos limites do que todos nós somos.
A imagem não pode nem deve ser explorada na campanha como uma demonstração de fraqueza ou de qualquer outro comportamento inadequado: o mal-estar que atingiu a presidente naquele momento faz parte da nossa condição, a que ninguém consegue escapar.
O meu sentimento, ao vê-la naquela circunstância, foi – e é – de preocupação. Incomoda-me profundamente ver aquela cena.
Não há inocentes nesse embate, e aqueles que pretendem transformar o que é apenas uma campanha eleitoral em uma Guerra Total – sem sobreviventes no lado derrotado – só espalham o veneno no ar. Que os marqueiros de plantão, uma gente sem alma, entendam que estão levando o país a uma cisão estúpida, que a eles não atingirá, se não pela engorda das suas contas bancárias.
Que ela, a presidente Dilma Rousseff, e o seu adversário, Aécio Neves, consigam enxergar no episódio que o país há de sobreviver a essa disputa com alguma esperança, sem os rancores que só pioram a intolerância cotidiana das ruas.
A saúde cívica não pode exigir novos mártires. A democracia que conquistamos duramente não há de ser trocada por socos e pontapés, mesmo que verbais ou espalhados pela internet.
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