Após quase três anos morando em hospital, menino de Custódia é operado
Foi operado, nesta sexta-feira (5), o menino Ryan Tenório, depois de passar quase três anos vivendo em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Recife. O menino tem uma doença rara, a Síndrome de Ondine, que faz com que ele pare de respirar ao adormecer. Um marca-passo diafragmático, comprado pelo governo estadual, foi instalado na criança e, com isso, ele vai poder ir para casa após a recuperação. A operação foi feita pelo cirurgião torácico Rodrigo Sardenberg, de São Paulo, pioneiro nesse tipo de intervenção.
O procedimento aconteceu no Hospital Otávio de Freitas, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife. Ryan foi transferido para lá na última quarta (3). Ele estava no Hospital Barão de Lucena, na Iputinga, onde mora desde os 19 dias de vida. A cirurgia durou cerca de quatro horas.
A mãe de Ryan pretende usar o dinheiro doado pelas pessoas durante a campanha “Ajude o Ryan” para comprar uma casa no Recife, já que o menino vai precisar ser acompanhado depois da cirurgia na capital pernambucana.
A Síndrome de Ondine afeta uma em cada 200 mil crianças. Quando dorme, o paciente para de respirar. Por isso, Ryan nunca saiu do ambiente hospitalar. A única maneira de ir para casa e ter uma vida normal era com a instalação do marca-passo. Foram meses de uma luta com contornos até judiciais até que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou a chegada do equipamento, nesta semana.
Ryan nasceu no hospital de Custódia, no Sertão. No segundo dia de vida, Ryan foi encaminhado para o Hospital Maternidade Jesus Nazareno, em Caruaru, no Agreste. Em seguida, foi levado ao Barão de Lucena, onde virou xodó dos funcionários.
A jovem Carol Brito engravidou de Ryan quando tinha apenas 15 anos e foi abandonada pelo companheiro. A mãe, hoje com 18, forçada pelas circunstâncias a abdicar de estudos e trabalho para morar com o filho dentro de um hospital, comemora: “Estou muito feliz. A batalha está chegando ao fim e Ryan vai poder ir para casa. Ele já entende. Ryan está muito feliz também”.
Ryan estava há um mês num apartamento na enfermaria do Barão de Lucena, após superar um isolamento causado pela superbactéria KPC. No quarto de número 307, o menino passava o dia escutando músicas infantis, dançando e correndo. O sorriso, que já era fácil mesmo nos momentos mais críticos, agora é pleno.
Conforme o médico Rodrigo Sardenberg, o aparelho ainda não está funcionando e Ryan só deve ir para casa no ano que vem. “Nós esperamos 30 dias para fazer o acionamento do marca-passo porque demanda um tempo de cicatrização. Após esse tempo, nós iniciamos o tratamento diário e, a partir desse tempo, mais três meses para ele fazer o desmame da ventilação mecânica e depois só ir para casa com o marca-passo diafragmático”. A criança completará 3 anos de idade em 26 de dezembro, um dia depois do Natal. O presente já chegou.
G1
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