Por casos de chikungunya, município de Pedra decreta estado de calamidade pública

sexta-feira, novembro 13, 2015
Elias Soares é vice prefeito e quer chamar a atenção de  outros órgãos para combater a doença
Elias Soares é vice prefeito e quer chamar a atenção de outros órgãos para combater a doença
Com pouco mais de 21 mil habitantes, a cidade de Pedra, localizada no Vale do Ipanema, Agreste Pernambuco, decretou estado de calamidade pública na última quinta-feira. O anúncio torna oficial a gravidade da situação de saúde local, após uma alta inédita nos casos de chikungunya e dengue nos últimos 30 dias. Segundo o decreto da Prefeitura, no dia com maior fluxo de pacientes, 260 pessoas foram atendidadas no Hospital Justino Bezerra Alves, único da cidade. O município tem apenas 7.800 residências.
O vice-prefeito Elias Soares (PT), também com sintomas, conta que na sua própria casa todos apresentam características da doença, como febre alta, dores musculares, nas articulações e também na cabeça. “Na verdade é uma raridade encontrar uma pessoa que ainda não adoeceu”, comenta. “Pra você ter uma ideia, nas últimas semanas 3,750 pessoas foram atendidas no Hospital Municipal, todas elas com esses sintomas. O hospital tem capacidade entre 20 e 25 leitos.” Em 45 dias, foram registrados 5.047 casos suspeitos.
No munícipio onde 49% da população vive em área rural, há uma dificuldade das instituições locais em controlarem a situação. “Pedra está incapacitada financeiramente para atender as pessoas. A equipe de endemiada cidade tem nove agentes, a população precisa da medicação correta e lavircida para conter o que tem ocorrido.” Segundo Eliaz vice prefeito, foram enviadas 100 amostras para a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Destas, três foram avaliadas e confirmaram dengue/chikungunya. “Então, isso é um forte indício de que os outros casos sejam o mesmo.”
A cidade se encontra com dificuldades para conter a doença, estão a falta do veneno larvicida – usado no tratamento da água -, e a ainda insuficiente conscientização da população em extinguir os possíveis criadouros dos mosquitos transmissores. Segundo Claudenice Pontes, coordenadora do programa de controle da dengue e chikungunya da Secretaria Estadual de Saúde, o larvicida deve ser utilizado somente como último recurso para reduzir os casos da doença. “O larvicida é um produto químico. Para a prevenção, o primeiro passo é a eliminação dos depósitos da doença. Há certa cultura em só conseguir controlar se a água tiver com produto químico, mas isso só seria viável quando você não consegue eliminar esse depósito e evitar que ele funcione como possível criadouro.”
Em relação à demora no repasse do veneno, Claudenice informa que houve atraso por parte do Ministério da Saúde, responsável pelo envio do produto, mas que a reposição deve ser normalizada nesta semana. “E a gente também tem a ciência de que muitos municípios consumiram o larvicida além do necessário. Isso acabou com o nosso estoque.” A coordenadora ressalta que o larvicida não deve ser utilizado de forma indiscriminada.
-- CURTA E COMPARTILHE --

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.