Decisão do STF não proíbe vaquejada em todo o território nacional, diz Teori
O ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido apresentado pela Associação
Brasileira dos Defensores dos Direitos e Bem Estar dos Animais e a
Federação das Associações, Organizações Não Governamentais, Sociedades
Protetoras dos Animais e Sindicatos de Profissionais da Proteção Animal
do Piauí para impedir a realização de uma vaquejada durante a 66ª
Exposição Agropecuária, em Teresina.
A federação e associação recorreram ao
STF para contestar decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública de Teresina
(PI), que manteve a vaquejada entre as atividades previstas no evento,
que se encerra na cidade neste domingo, 11. As entidades alegaram que
aquela decisão violou o entendimento firmado pelo plenário do STF em
outubro, quando a Corte decidiu, por 6 a 5, que uma lei estadual do
Ceará que regulamenta a prática da vaquejada é inconstitucional.
Na avaliação de Teori Zavascki, no
entanto, o resultado do julgamento do STF não foi a proibição da
vaquejada em todo o país. “No julgado indicado como paradigma, o que
esta Corte efetivamente assentou foi a inconstitucionalidade da lei
cearense que regulamentava a vaquejada, não sendo cabível, até o
presente momento, extrair conclusão no sentido da proibição de sua
prática em todo o território nacional”, justificou Teori em sua decisão,
proferida na última quarta-feira, 7.
Muito popular na região Nordeste, a
vaquejada é uma atividade recreativa em que dois vaqueiros, montados em
cavalos distintos, buscam derrubar um boi, puxando-o pelo rabo. Em
outubro, Teori defendeu a constitucionalidade da lei cearense, mas
acabou derrotado. O resultado do julgamento provocou uma reação
contundente de organizadores das vaquejadas, que protestaram em Brasília
contra a decisão do STF.
Vaqueiros e criadores de gado fizeram
uma cavalgada na Esplanada dos Ministérios, contra a proibição. Os
manifestantes que participaram do protesto estimam que 700 mil pessoas
trabalham direta e indiretamente com o que chamam de “esporte”.
Em novembro, o presidente Michel Temer
sancionou uma lei que eleva a vaquejada à condição de manifestação
cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial.
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