Lula diz que já provou inocência e pede fim da ‘palhaçada’

sábado, junho 03, 2017

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (1º), ao discursar na abertura do 6º Congresso Nacional do PT, em Brasília, que já provou a inocência e pediu o fim da “palhaçada” das acusações contra ele.
Lula é réu no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes. O Ministério Público Federal o acusa, por exemplo, de ter sido beneficiado com o esquema de corrupção que atuou na Petrobras, o que o ex-presidente sempre negou.
“Eu não quero que vocês se preocupem com meu problema pessoal. Esse, eu quero decidir com o representante do Ministério Público, da Lava Jato. Quero decidir com eles. Eu já provei minha inocência. Agora vou exigir que eles provem minha culpa, porque cada mentira contada será desmontada”, disse o ex-presidente.
“Eu e Dilma temos até conta no exterior. Eu nem sabia que ela tinha e ela não sabe que eu tenho. Um canalha diz que fez uma conta para mim e uma para a Dilma, mas que está no nome dele. E ele mexe com a grana. Então, é o seguinte: chegou o momento de parar com a palhaçada neste país. Este país não comporta mais viver nessa situação de achincalhamento, e o Partido dos Trabalhadores tem de dar uma resposta clara para a sociedade”, acrescentou Lula.
Congresso
No congresso do PT, que irá até sábado (3), o partido elegerá o novo presidente nacional da sigla. Até a noite desta quinta, havia três candidatos: os senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ), além de um nome ligado ao movimento negro, José de Oliveira.
Também será debatido no congresso um documento em que o partido critica a Operação Lava Jato, que ajudou a instalar uma “justiça de exceção” com o “objetivo de destruir o PT” e o ex-presidente Lula – além de integrantes do PT, a Lava Jato também denunciou ao STF políticos dos maiores partidos com bancadas no Congresso, dentre os quais PMDB, PSDB, PP, PSD, DEM e PSB.
Clima
Entre os presentes ao ato estavam a ex-presidente Dilma Rousseff, os governadores Wellington Dias (PI) e Fernando Pimentel (MG), os ex-ministros Jaques Wagner e Edinho Silva, deputados e senadores. A ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro deste ano, foi homenageada no evento. Durante o evento, a plateia entoou gritos de “Fora, Temer!” e “Diretas Já!”.
2018
Em um determinado momento do discurso, Lula disse que 2018 está “logo aí”. “Se a esquerda for para a disputa com discurso preparado, a gente vai voltar a governar esse país”, afirmou. Em seguida, fez um apelo aos integrantes do congresso do PT para que deixem as disputas internas de lado e pensem na elaboração de um programa “factível” e que possa ser executado.
Lula afirmou, ainda, que, nas autocríticas, os delegados não devem focar somente o que o partido deixou de fazer, mas o que foi feito. “O que a gente tem que avaliar não é o que deixou de fazer, porque a gente deixou de fazer muita coisa, mas nunca ninguém fez tanto como nós”, afirmou.
Temer
Por fim, Lula ainda fez críticas ao presidente Michel Temer, afirmando não ser possível imaginar que o Brasil conseguirá resolver os problemas com um presidente “ilegítimo”, que tudo o que faz, segundo disse, é “cortar investimento”.
Dirceu e Vaccari ‘guerreiros’
Durante o discurso, a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR), fez uma saudação ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e entoou, assim como a plateia, o grito de “Dirceu guerreiro do povo brasileiro!”. Um dos nomes mais fortes no primeiro mandato de Lula como presidente, José Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão e preso. No âmbito da Lava Jato, o ex-ministro também foi preso por suspeita de envolvimento no esquema que atuou na Petrobras – ele foi solto no mês passado.
Em seguida, o atual presidente do PT, Rui Falcão, também chamou Dirceu de “guerreiro do povo brasileiro”, assim como o ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto. Preso na Lava Jato em abril de 2015, Vaccari foi absolvido em abril deste ano no caso que envolve um apartamento em Guarujá (SP) que, segundo a Lava Jato, pertence a Lula, o que o ex-presidente nega.
Dilma
Também presente ao evento, a ex-presidente Dilma fez um discurso de cerca de meia-hora. À plateia, ela defendeu eleições diretas. “Não haverá pactuação no nosso país sem eleições diretas. Não porque tenhamos o melhor candidato, porque perder eleição não é vergonha. Vergonha é ganhar no tapetão, sem voto”, afirmou.
Dilma também fez referência a uma eventual candidatura de Lula e disse esperar que ele não seja inviabilizado. “Nós sabemos que todo cidadão tem direito de ser candidato. O que nós queremos é que não inviabilizem o nosso presidente Lula em qualquer processo eleitoral. Não estou dizendo que é algo garantido uma vitória, mas que tem que ser garantido o direto de qualquer cidadão competir”, disse.
Documento
O documento que servirá de base para o 6º Congresso Nacional do PT afirma haver uma “verdadeira caçada política” a Lula para impedi-lo de se candidatar nas próximas eleições. O texto acrescenta ainda que Lula é o único com condição de revogar as mudanças adotadas pelo governo Michel Temer, chamado de “golpista” e “usurpador”.
Com informações do G1
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