Joesley chama Temer de “Ladrão geral da República” e pede respeito a deleção premiada
Em resposta à nota divulgada na noite de ontem pelo Palácio do Planalto, o empresário Joesley Batista, da JBS, chamou o presidente Michel Temer de “ladrão geral da República”. Também por meio de nota, o empresário disse que Temer envergonha o país e pede que ele respeite o instituto da delação premiada.
Em delação, Joesley acusou Temer de se beneficiar de esquema de pagamento de propina e ainda concordar com ajuda financeira para manter o operador Lúcio Funaro em silêncio.
“A colaboração premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros”, diz o empresário, por nota.
Na sexta-feira, a Secretaria de Comunicação do Planalto divulgou nota afirmando que Joesley era o grampeador-geral da República. A nota, redigida por conta das notícias de que virá uma segunda denúncia contra Temer, critica o fato de a JBS ter apresentado novos documentos no acordo de delação feito com o Ministério Público Federal. “Outro agravante é o fato de o grampeador-geral da República ter omitido o produto de suas incursões clandestinas do Ministério Público. No seu gravador, vários outros grampos foram escondidos e apagados. Joesley mentiu, omitiu e continua tendo o perdão eterno do procurador-geral. Prêmio igual ou semelhante será dado a um criminoso ainda mais notório e perigoso como Lúcio Funaro?”, diz a nota do Planalto.
A nota forte, fora do padrão das comunicações oficiais do governo, afirmou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) fechou delação com o doleiro Lucio Funaro por uma “vontade inexorável de perseguir o presidente”.
Além de complicar a situação do presidente Michel Temer, a delação do doleiro Lúcio Bolonha Funaro deve atingir pelo menos 20 políticos vinculados ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre os principais alvos, estão os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), dois dos mais próximos aliados de Temer. Funaro indicou contas bancárias na quais teriam sido depositadas propinas para os dois ex-ministros supostamente a mando de Cunha. O Globo
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