Câmara dos Deputados realiza audiência para apoiar forró como patrimônio cultural do Brasil
Sanfoneiro Netinho de Custódia e grupo de forró Lampiões e Maria Bonita |
A inscrição do Forró no livro de Patrimônio Cultural do Brasil será tema de audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. O debate acontece na quarta-feira, 13 de junho, por requerimento da deputada Luciana Santos (PCdoB/PE), titular da Comissão e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, e do deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA).
O registro da candidatura a patrimônio imaterial se deu em meio a diálogos da Associação Cultural Balaio Nordeste com forrozeiros atuantes no Estado da Paraíba, que passaram a organizar o “Fórum Forró de Raiz” e está sendo analisado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura. A inscrição depende ainda de um processo que inclui pesquisas e análises sociais e antropológicas.
Para falar aos parlamentares sobre o processo foram convidados as representantes do Fórum Nacional do Forró Tereza Accioly e Rozania Ribeiro, coordenadoras do coletivo em Pernambuco e Bahia, respectivamente; além do músico e reitor da Universidade Estadual da Paraíba, Antônio Rangel Junior. A reunião espera contar, ainda, com a presença da presidente do IPHAN, Kátia Bógea, e com a presidente da Associação Cultural Balaio Nordeste (ACBN) e coordenadora nacional do Fórum, Joana Alves.
Para Luciana incluir essas matrizes — a exemplo do que aconteceu com o Samba — no livro de registro de bens imateriais do povo brasileiro é um ganho inestimável para a cultura do país. Desde 2011 há um pedido de reconhecimento do Forró como patrimônio cultural imaterial do Brasil, conforme relata o requerimento da audiência.
“A Câmara do Patrimônio Imaterial do IPHAN atestou a pertinência do reconhecimento nacional, mas ponderou a necessidade de uma maior articulação da comunidade forrozeira em torno da Instrução Técnica de Registro. Essa audiência, bem como uma série de movimentos que estamos dando início a partir dela, se somam aos esforços de ouvir o povo brasileiro a respeito do assunto”, explica Luciana.
“Estamos convictos de que o reconhecimento do Forró como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro aponta para o fato de que a maior riqueza de nosso País não se resume na exuberância da natureza, nem nas dimensões continentais do território nacional, mas se concentra na cultura de nosso povo que, em meio à adversidade e à pobreza a que está submetido, consegue manter viva essa bela tradição cultural nordestina - o forró”, comentou Luciana.
O requerimento da audiência foi aprovado por unanimidade pela comissão e ressalta, ainda, que o processo de registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do país tem o apoio de todos os estados nordestinos. Os deputados acreditam que esse registro é fundamental para o fortalecimento simbólico de toda a região nordestina, uma vez que potencializa as cadeias produtivas e informais criadas em torno do forró, como a indumentária, a gastronomia e o artesanato.
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