18 de julho é o Dia Internacional de Nelson Mandela. A melhor maneira de prestar homenagem à sua memória é ser “essa grande geração” e assegurarmos que seus valores sejam refletidos nas sociedades de hoje.

quinta-feira, julho 18, 2019

“Deixe florescer o que há de melhor em você”: tributo à memória de Nelson Mandela





“Às vezes, ser grande é o destino de uma geração. Você pode ser essa geração. Deixe florescer o há de melhor em você”, costumava refletir Nelson Mandela, Embaixador da Boa Vontade da UNESCO.

Suas palavras adquirem um significado especial, ao nos aproximamos do Dia Internacional de Nelson Mandela, celebrado no dia 18 de julho, desde 2010. A melhor maneira de prestar homenagem à sua memória é ser “essa grande geração” e assegurarmos que seus valores sejam refletidos nas sociedades de hoje.
A vida de Mandela é um exemplo para todos. Sua vitória sobre o apartheid mudou a história e já faz parte do Patrimônio da Humanidade. Preso por seu ativismo contra a discriminação racial em 1962, Mandela foi condenado à prisão perpétua no chamado Julgamento de Rivonia.
“Isso marcou um ponto de mudança na luta pela liberdade e contra o sistema do apartheid na África do Sul, e foi um momento decisivo na luta mundial pelos direitos humanos e a dignidade”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
Os documentos do processo e a coleção de arquivos sobre a luta pela liberdade estão incluídos no Registro da Memória do Mundo da UNESCO, dedicado ao Patrimônio Documental da Humanidade.
Mandela passou 27 anos na Ilha de Robben, a pior penitenciária do sistema penal sul-africano para presos políticos. Hoje, essa prisão é um sítio do Patrimônio Mundial da UNESCO, e simboliza o triunfo da liberdade e da democracia sobre a opressão e o racismo.
Durante os “dez mil dias” em que ficou preso, Mandela passou muito tempo lendo oCorreio da UNESCO, uma das poucas publicações a que tinha acesso e que o fez descobrir muitos temas que simplesmente não existiam no vocabulário do apartheid: diversidade cultural e o patrimônio comum da humanidade, história da África e educação para o desenvolvimento sustentável.
Em 1991, Mandela e o presidente sul-africano, F. W. de Klerk, que ordenou sua libertação, receberam o Prêmio UNESCO de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny.
“Nós desejamos associar o nosso movimento, assim como nós mesmos, a essa grande visão de liberdade, pois estamos convencidos de que não é a sabedoria dos dirigentes, mas sim o compromisso político de um povo que torna os governos responsáveis”, afirmou Mandela em seu discurso de aceitação do prêmio.
Todas as ações de Mandela incorporam a ideia de paz que orienta a UNESCO. Em 1970, a UNESCO foi a primeira organização do Sistema das Nações Unidas a estabelecer contatos com os movimentos de libertação reconhecidos pela Organização da Unidade Africana (OUA). A UNESCO apoiou esses movimentos, por meio da formação de professores e aportes de equipamentos para escolas e campos de refugiados.
Na época, como agora, a Organização se manteve firme em sua crença de que a educação é portadora da esperança e da mudança. Em sua mensagem endereçada à Conferência Internacional da UNESCO sobre as Necessidades Educacionais das Vítimas do Apartheid na África do Sul, Mandela enfatizou a necessidade de se solucionar a crise da educação do apartheid, como uma maneira de se criar “uma base sólida para a democracia sul-africana, não racista, que deve emergir das cinzas do desacreditado sistema do apartheid”.
“A todo momento, a UNESCO busca fazer frente à injustiça com o conhecimento, promover a verdade histórica por meio de publicações científicas e declarações contra o sistema do apartheid”, recordou a diretora-geral em 2013, na inauguração de uma exposição sobre o 50º aniversário do Julgamento de Rivonia. “Hoje em dia, nós fazemos o mesmo, porque entendemos que o que ocorreu no passado proporciona a força para moldar o futuro, com base no respeito aos direitos humanos e à dignidade humana. Essa é a importância do nosso projeto para o uso pedagógico da História Geral da África nas escolas africanas”, explicou Bokova.
A jornada heroica de Mandela é um capítulo essencial da história do século XX. É nosso dever prosseguir em sua tarefa e construir esse mundo melhor que, como ele nos mostrou  por meio de seus ensinamentos, está ao nosso alcance. 
Com esse espírito, no dia 31 de outubro de 2014, a UNESCO lançará as celebrações do 70º aniversário da Organização, que se estenderão durante todo o ano de 2015, com um grande evento dedicado a Nelson Mandela.

Sua vida, dedicada ao progresso da paz com base no respeito, na compreensão mútua e na tolerância, é um reflexo fiel do mandato da UNESCO.
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