18 de julho é o Dia Internacional de Nelson Mandela. A melhor maneira de prestar homenagem à sua memória é ser “essa grande geração” e assegurarmos que seus valores sejam refletidos nas sociedades de hoje.
“Deixe florescer o que há de melhor em você”: tributo à memória de Nelson Mandela
Suas palavras adquirem um significado especial, ao nos aproximamos do Dia Internacional de Nelson Mandela, celebrado no dia 18 de julho, desde 2010. A melhor maneira de prestar homenagem à sua memória é ser “essa grande geração” e assegurarmos que seus valores sejam refletidos nas sociedades de hoje.
A vida de Mandela é um exemplo para todos. Sua vitória sobre o apartheid mudou a história e já faz parte do Patrimônio da Humanidade. Preso por seu ativismo contra a discriminação racial em 1962, Mandela foi condenado à prisão perpétua no chamado Julgamento de Rivonia.
“Isso marcou um ponto de mudança na luta pela liberdade e contra o sistema do apartheid na África do Sul, e foi um momento decisivo na luta mundial pelos direitos humanos e a dignidade”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
Os documentos do processo e a coleção de arquivos sobre a luta pela liberdade estão incluídos no Registro da Memória do Mundo da UNESCO, dedicado ao Patrimônio Documental da Humanidade.
Mandela passou 27 anos na Ilha de Robben, a pior penitenciária do sistema penal sul-africano para presos políticos. Hoje, essa prisão é um sítio do Patrimônio Mundial da UNESCO, e simboliza o triunfo da liberdade e da democracia sobre a opressão e o racismo.
Durante os “dez mil dias” em que ficou preso, Mandela passou muito tempo lendo oCorreio da UNESCO, uma das poucas publicações a que tinha acesso e que o fez descobrir muitos temas que simplesmente não existiam no vocabulário do apartheid: diversidade cultural e o patrimônio comum da humanidade, história da África e educação para o desenvolvimento sustentável.
Em 1991, Mandela e o presidente sul-africano, F. W. de Klerk, que ordenou sua libertação, receberam o Prêmio UNESCO de Fomento da Paz Félix Houphouët-Boigny.
“Nós desejamos associar o nosso movimento, assim como nós mesmos, a essa grande visão de liberdade, pois estamos convencidos de que não é a sabedoria dos dirigentes, mas sim o compromisso político de um povo que torna os governos responsáveis”, afirmou Mandela em seu discurso de aceitação do prêmio.
Quarenta anos depois de sua retirada da UNESCO, a África do Sul, sob a liderança de Mandela, reingressou na Organização em 1994.
Todas as ações de Mandela incorporam a ideia de paz que orienta a UNESCO. Em 1970, a UNESCO foi a primeira organização do Sistema das Nações Unidas a estabelecer contatos com os movimentos de libertação reconhecidos pela Organização da Unidade Africana (OUA). A UNESCO apoiou esses movimentos, por meio da formação de professores e aportes de equipamentos para escolas e campos de refugiados.
Na época, como agora, a Organização se manteve firme em sua crença de que a educação é portadora da esperança e da mudança. Em sua mensagem endereçada à Conferência Internacional da UNESCO sobre as Necessidades Educacionais das Vítimas do Apartheid na África do Sul, Mandela enfatizou a necessidade de se solucionar a crise da educação do apartheid, como uma maneira de se criar “uma base sólida para a democracia sul-africana, não racista, que deve emergir das cinzas do desacreditado sistema do apartheid”.
“A todo momento, a UNESCO busca fazer frente à injustiça com o conhecimento, promover a verdade histórica por meio de publicações científicas e declarações contra o sistema do apartheid”, recordou a diretora-geral em 2013, na inauguração de uma exposição sobre o 50º aniversário do Julgamento de Rivonia. “Hoje em dia, nós fazemos o mesmo, porque entendemos que o que ocorreu no passado proporciona a força para moldar o futuro, com base no respeito aos direitos humanos e à dignidade humana. Essa é a importância do nosso projeto para o uso pedagógico da História Geral da África nas escolas africanas”, explicou Bokova.
A jornada heroica de Mandela é um capítulo essencial da história do século XX. É nosso dever prosseguir em sua tarefa e construir esse mundo melhor que, como ele nos mostrou por meio de seus ensinamentos, está ao nosso alcance.
Com esse espírito, no dia 31 de outubro de 2014, a UNESCO lançará as celebrações do 70º aniversário da Organização, que se estenderão durante todo o ano de 2015, com um grande evento dedicado a Nelson Mandela.
Sua vida, dedicada ao progresso da paz com base no respeito, na compreensão mútua e na tolerância, é um reflexo fiel do mandato da UNESCO.
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