PAI ADOTA FILHO DA EX QUE MORREU DE CÂNCER E REAÇÃO DO MENINO EMOCIONA

terça-feira, junho 07, 2022


“Adotar é o maior amor. É amar e assumir um filho que nasceu pra mim… E não feito por mim”. Foi assim que Rodrigo Medina Lopes, de 45 anos, descreveu a emoção de concluir mais um capítulo na história de amor com o, agora oficialmente, filho dele: Bruno Carneiro Lopes, de 11 anos.

Quase uma década após perder a mãe de forma precoce para um câncer, o garoto recebeu, em maio deste ano, a notícia de que o ex-companheiro dela, o “tio Rodrigo”, foi formalmente incluído na certidão de nascimento no papel de pai.

Rodrigo publicou nas redes sociais o vídeo em que apresenta ao filho o novo documento — com a inclusão do sobrenome dele sobre o campo de filiação. “Quero ser que nem tu”, disse o menino, emocionado. O registro comoveu quem acompanhou a revelação e viralizou nas redes sociais.

“Hoje saiu a certidão da adoção. Foi o dia mais feliz da minha vida. Esperamos 9 anos por isso. Registrei para ele nunca esquecer desse momento só meu e dele. Conseguimos filho. Adotar é o maior amor. É amar e assumir um filho que nasceu pra mim… E não feito por mim. Te amo filho e não imagino minha vida sem você ao meu lado”, escreveu Rodrigo na publicação.

História de amor

O vendedor de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi casado e tem uma filha com Rejane Carneiro. Após 12 anos de relacionamento, eles se separaram e ela deu à luz a Bruno, fruto de outra relação. O pai biológico do menino não quis assumir o filho, tampouco manteve proximidade com a mãe, segundo informações do  G1.

Rodrigo sempre esteve presente na vida do menino, mas passou a cuidar dele efetivamente quando Bruno completou dois anos de idade, quando Rejane faleceu em decorrência de um câncer de útero agressivo, em 2013.

Rodrigo Medina Lopes, 45 anos, e Bruno, filho adotado por ele após morte da ex — Foto: Arquivo Pessoal

‘A mulher da minha vida’

Rodrigo e Rejane se conheceram no turno inverso da escola quando tinham 14 anos e moravam em Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele se recorda do momento em que a viu, de boné, e pensou: “Essa vai ser a mulher da minha vida, a gente vai casar e ter filho”.

Aos 18 anos, foram morar juntos e tiveram Luana — que hoje é casada, estuda Biologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mora com o marido na Capital. Aos 30 anos, porém, Rodrigo e Rejane se separaram, e como haviam casado muito cedo, conversaram bastante sobre a decisão.

“Eu digo até hoje que ela é o grande amor da minha vida e vai ser a vida toda. Podem aparecer outras pessoas, mas ela foi o amor da minha vida, tanto é que a gente ficou até o fim juntos”, assegura.

O “até o fim” ganhou outros significados a partir de 2010. Ele já morava havia três anos em São Paulo quando Rejane revelou o sonho de ter outro filho, mas um menino, e queria que ele fosse o pai. No momento, não pensavam que isso se concretizaria e a ideia foi abandonada.

Rejane, então, engravidou em um breve relacionamento com outro homem, mas este não quis assumir a paternidade. A partir dali, Rodrigo passou a estar presente nas vidas dela e dos filhos.

O momento da virada de chave, segundo ele, foi quando Bruno teve uma dermatite atópica e precisou ir ao hospital. “Ele ficou muito doente, ficou em carne viva. Ali bateu que eu ia cuidar e proteger esse menino. E não imaginava perder a mãe dele”, diz Rodrigo.

Bruno nasceu em dezembro de 2010 e, em agosto de 2011, Rejane descobriu um câncer. Ela se sentiu mal, teve um sangramento e começou a investigar. O tumor no útero se desenvolveu junto à gravidez, por isso foi “camuflado”.

A mãe fez todo o tratamento de quimioterapia e radioterapia, mas a doença avançou rápido. Aos 35 anos, antes de o filho completar três, ela enfraqueceu e precisou ser colocada aos cuidados paliativos.

“No leito paliativo, ela disse que me amava muito, que nunca deixou de me amar, e que só iria em paz se o Bruno ficasse comigo. Chamou a mãe, as irmãs, e disse que se acontecesse alguma coisa com ela, que ele ficasse comigo, pra não separar irmão e irmã. ‘Conheço o cara que casei, sei o quanto ele cuidaria do Bruno'”, emociona-se Rodrigo ao lembrar das palavras de Rejane.

Exatos dois anos depois do diagnóstico, ela morreu.

A notícia

Em quase uma década de batalha judicial, Rodrigo passou por todos os processos de adoção: entrevistas com assistentes sociais e psicólogos, encontros com pais, sempre precisou de autorização para viajar com o menino.

Há duas semanas, ingressou com um pedido para levar o menino ao Rio de Janeiro, que o acompanharia em uma viagem de trabalho. Quando saía de uma reunião com um cliente, recebeu um telefonema, enquanto dirigia, de uma funcionária do cartório avisando que não seria necessária licença especial alguma.

A adoção, enfim, saiu.

“Eu liguei o pisca-alerta, botei a testa na direção e chorei. Nove anos se passaram na minha cabeça. Pensei na mãe dele”, disse ao g1, apontando para o céu. “Cara, a gente conseguiu”, celebra.

“É o Bruno que me inspira. O Bruno é tranquilo, me ajuda. Às vezes ele pergunta se quero um café, diz ‘pai, descansa, come’. Convive toda a minha realidade. O presente é meu. Se alguém ganhou alguma coisa fui eu. Ele é muito especial”, enternece-se.

Com informações do Metrópoles/G1/RS

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