Campanha da CGU pede fim das pequenas corrupções

sexta-feira, junho 13, 2014

Uma campanha com o objetivo de combater atitudes como furar ou comprar lugar na fila, tentar subornar o guarda de trânsito para evitar multas, falsificar carteirinha de estudante ou roubar TV acabo foi lançada pela CGU (Controladoria-Geral da União).

A ação intitulada Pequenas Corrupções — Diga Não!, divulgada na internet, tem repercutido e busca conscientizar os cidadãos para a necessidade de combater atitudes antiéticas ou até mesmo ilegais.

Por fazerem parte do cotidiano, elas são muitas vezes aceitas ou tem a gravidade ignorada. De acordo com Fábio Ferreira de Moura, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Piracicaba, a corrupção deve ser combatida, independente do montante envolvido.

“Acredito que quem faz com um, faz com um milhão. Não importa o valor ou o número de pessoas lesadas, o ato da corrupção é deplorável em todas as esferas. Uma pessoa que fura uma fila ou faz um ‘gato’ de TV a cabo está cometendo uma atitude tão deplorável quanto aquele político que desvia verbas da saúde, por exemplo. Cada um atua na sua área e comete os delitos conforme aquilo que está a seu alcance”, disse o presidente da OAB.

A responsável pela divulgação da campanha,Thaisis Barboza, chefe do departamento de comunicação da CGU, disse que até 4 de junho a iniciativa já tinha alcançado 264.363 compartilhamentos e 26.820 curtidas na rede social Facebook.

“Acreditamos que a repercussão positiva e a grande adesão à campanha aconteceram pelo fato de que há uma parcela significativa de brasileiros que apoiam e praticam atitudes éticas no seu dia a dia. Ao nosso ver, o usuário se identificou com a campanha, que ‘pegou’ por atuar como uma voz para a manifestação de uma parcela honesta do povo brasileiro.”

CORRUPÇÃO — A psiquiatria considera “normal” a pessoa que não comete atos ilícitos como a corrupção e outros crimes. Desta forma, todo corrupto sofreria um transtorno de personalidade.

Os corruptos são seres que transgridem a lei sem se importar com o prejuízo causado ao outro, e sem culpa. Por isso, procura levar vantagem em tudo. Aí se enquadram os indivíduos que a campanha da CGU busca combater.

A psicóloga Karina Garcia Mollo questiona a ideia de tratar a corrupção como doença. “A patologização da vida é um mote valorizado pelo discurso hegemônico e ideológico. É muito cômodo e oportuno responsabilizar única e exclusivamente os indivíduos por ideias e atitudes forjadas socialmente.”

Karina considera relevante a campanha contra as pequenas corrupções. “É uma iniciativa louvável, pois busca conscientizar os cidadãos para a necessidade de combater atitudes antiéticas. O processo educativo, seja na família, na escola e na vida cotidiana são fundamentais na constituição do indivíduo. Os hábitos, os costumes, as tradições, os valores morais, a ética, as crenças são modos de pensar, sentir e agir constituídos nas interações sociais. Assim, se quisermos construir uma sociedade mais justa e igualitária precisamos transformar as relações sociais desiguais e injustas”, afirmou.
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