247 - O ato cometido pela família Civita em sua mais recente edição não merece outra qualificação. Trata-se de um atentado à democracia brasileira. Um crime. Uma tentativa escancarada de golpe.
A dois dias da eleição presidencial, a Abril faz circular uma edição em que a presidente Dilma Rousseff, que lidera as pesquisas Ibope e Datafolha já fora da margem de erro, é acusada de comandar um esquema de desvios na Petrobras.
Assinada pelo repórter Robson Bonin, a reportagem já principia com uma explicação, que é quase um pedido de desculpas pelo crime:
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais. "Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever". VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato.
Feita a explicação, parte-se para a reportagem em si sobre o depoimento de um doleiro, que já foi negado por seu próprio advogado (leia mais aqui).
Lá pelas tantas, eis o que diz o repórter: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades".
O que mais é preciso dizer?
Nada.
Simplesmente, que a família Civita cometeu um atentado contra a democracia brasileira, com a intenção se colocar acima da vontade popular, estimulando seus colunistas raivosos a já falar em impeachment, caso a presidente Dilma Rousseff confirme sua vitória no próximo domingo
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