BRASÍLIA (Reuters) -
A candidata pelo PSB à Presidência, Marina Silva, recorreu à memória e à
família de Eduardo Campos no penúltimo dia de propaganda eleitoral
obrigatória na TV.
A trágica morte em acidente aéreo em agosto do político, que até então
era o candidato do PSB à Presidência, causou forte comoção popular e
jogou a candidata, à época vice da chapa, ao centro da disputa eleitoral
já angariando boa parcela das intenções de voto.
Mas Marina, que chegou a ter uma vantagem de 20 pontos percentuais sobre
o terceiro colocado, Aécio Neves (PSDB), vem perdendo terreno nas
últimas semanas e uma vaga que parecia garantida para o segundo turno já
não é mais tão certa.
"Tem uma frase que é de Victor Hugo que Eduardo gostava muito de dizer e
parece que eu estou escutando ele dizendo sempre isso, que é 'não
existe nada mais poderoso que uma ideia cujo tempo chegou. E a sensação
que eu tenho é que esse tempo chegou, e essa ideia é Marina", disse a
viúva de Campos, Renata, em trecho exibido no programa de TV de Marina
nesta terça-feira.
Em outro momento, o programa exibe áudio de Campos dizendo a frase que
ficou marcada na campanha por ele: "não vamos desistir do Brasil". E
ainda aparecem trechos de discurso de um dos filhos de Campos, João, em
comício em Recife.
"No dia 5, quando eu sentar de frente na urna para votar no presidente
do Brasil eu, Marina, eu não vou desistir do Brasil. Eu vou votar 40, eu
vou votar em Marina Silva para ser a futura presidente do Brasil",
disse o filho do político morto.
Aécio, por sua vez, utilizou seu programa para reforçar suas propostas e
apresentou trechos do último debate presidencial em que bate novamente
na tecla da corrupção, tendo como principal alvo a presidente Dilma
Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT.
A campanha da presidente tem enfrentado críticas e ataques relacionados à
corrupção, principalmente após denúncias recentes de suposto esquema de
propinas em contratos da Petrobras.
Dilma também reaproveitou partes do debate para expor contradições de
Marina no programa desta terça e criticou o posicionamento da adversária
em relação a temas como a CPMF, a homofobia e a redução da participação
de bancos públicos.
O programa da petista também mirou em Aécio e apresentou trechos do
debate em que a presidente afirma que o PSDB "quebrou o Brasil por três
vezes" e praticou "as maiores taxas de juros de toda a história", além
de alfinetar o tucano sobre sua posição a respeito da privatização da
Petrobras.
Dilma, que detém o maior tempo de TV, também usou o programa para apresentar propostas.
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