Sem adesão, manifestações golpistas fracassam em todo o país
Simbolicamente marcadas para este domingo (13) – data que marca o aniversário do AI-5 –, as manifestações em apoio ao golpe que almeja tomar o mandato da presidenta democraticamente eleita fracassaram. Concentrados em algumas capitais, os atos tiveram uma participação pífia.
Em Brasília, cidade apontada como um dos locais em que houve maior participação, as imagens mostravam um vazio em frente ao Congresso. No começo da concentração, na Esplanada dos Ministérios, uma das organizadoras gritou, pelo carro de som: “Cada um de vocês liga para duas pessoas para vir. Precisa desse clamor para o impeachment. Todo mundo reclama do governo, mas não vem para a rua. Temos poucas pessoas”, disse a manifestante, constrangida com a ausência de quórum.
Em São Paulo, considerada grande reduto da oposição, a Avenida Paulista também estava esvaziada, especialmente em comparação com as últimas manifestações no local. O líder do Movimento Vem Pra Rua, um dos organizadores do protesto, Rogério Chequer, tentava justificar a ausência de manifestantes. “Houve muito pouco tempo de divulgação. É normal que um movimento com menos tempo de divulgação tenha menos gente. Não nos surpreende”, disse.
Com a avenida esvaziada, destacava-se o novo mascote do golpismo (foto abaixo), um enorme pato inflável que a Fiesp levou à avenida, parte de uma campanha pela redução de impostos. Em contraposição à enorme lista de artistas que vêm manifestando apoio à presidenta Dilma Rousseff, um dos poucos “artistas” que compareceram ao protesto em São Paulo foi o ator Alexandre Frota.
Em Belo Horizonte, até as 14h, cerca de 400 pessoas tinham ido às ruas. O senador Aécio Neves, que há mais de um ano comanda a tentativa de golpe, não apareceu. Outro ausente, o senador Antonio Anastasia (PSDB) culpou o calendário pela baixa adesão. “É uma época, a meu juízo pessoal, um pouco adversa a esse tipo de manifestação porque estamos praticamente em período nataliano”, afirmou. No Rio (foto abaixo), poucas pessoas se juntaram à marcha, preferindo continuar na praia.
Em Curitiba, o movimento a favor do impeachment – que na capital paranaense é coordenado pelo governador Beto Richa (PSDB) e seu primo Luiz Abi Antoun – também fracassou (foto abaixo). Os organizadores esperavam um público de milhares de pessoas nas ruas, mas informações preliminares apontam que apenas 300 pessoas estavam concentradas Praça Santos Andrade às 13h40.
Organizada pelo Movimento Brasil Livre, na atividade em Goiânia, pouco mais de 300 pessoas acompanhavam um carro de som na Praça Tamandaré, no Setor Oeste. Na cidade, o MBL é coordenado pelo médico Silvio Fernandes, do DEM, afilhado político do senador Ronaldo Caiado, que também não foi ao protesto mais uma vez.
Já no Recife, enquanto a Polícia Militar falava em pouco mais de 600 pessoas, a organização do movimento garantia que havia 2 mil nas ruas. Em outras cidades do Nordeste e no Norte, os atos a favor do golpe parlamentar foram ainda mais pífios.
As imagens, transmitidas por Globo e GloboNews, confirmavam o fracasso da mobilização golpista. De acordo com o Brasil 247, constrangida, a emissora cancelou sua transmissão ao vivo. O jornal O Estado de S. Paulo chegou a publicar uma foto de manifestação do dia 15 de março, como se fosse deste domingo.
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